quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Conduta de um Pedagogo.
Valéria Korik Franco. Pedagoga Especializada D.I. – D.A. - Psicopedagoga.
pedagogakorik@hotmail.com
Há um ditado que diz “As palavras comovem e os exemplos se arrastam”
A postura do professor (a) é fundamental, e deve ser condizente com a função que exerce. Temos que formar nos alunos o domínio da vontade. Temos hora para tudo na vida. Na vida real não fazemos tudo que queremos, a toda hora. Isto se chama disciplina. A disciplina na escola existe para que formemos no aluno a capacidade de domínio da vontade. Quem não domina as pequenas ações (vontades) não será capaz de dominar no futuro os seus impulsos. Não é só o professor, toda a comunidade da escola (diretor, supervisor, orientadores, secretárias (os), funcionários, serventes, proprietários da cantina da escola, etc.) toda escola tem que ter conduta formativa. Caso contrário, não estamos formando, mas deformando o aluno.Tratar os alunos com respeito e dentro das normas estabelecidas na escola e na disciplina que leciona. A fixação de normas de conduta dos alunos deve ser fixada no primeiro dia de aula. Essas normas têm de ser coerentes com a faixa etária e possíveis de serem cumpridas. Não se fazem normas que não poderão ser cumpridas (por serem rígidas demais). A escola deve ter normas gerais de conduta do aluno e do professor que devem ser seguidas por todos. Essas normas devem ser estudadas pela comunidade da escola para que possam ser cumpridas. É preferível poucas normas, mas que sejam efetivas. Normas que são fixadas sem o devido estudo e depois tiradas levam a crer que não tinham objetivos formativos bem delineados e discutidos pela comunidade da escola. O Professor não pode ter uma conduta na escola e outra fora dela. A sua conduta pessoal na escola e fora tem que ser a mesma. Educada, formativa. O nosso comportamento é ditado pela aprendizagem.A aprendizagem prevê mudança de comportamento. Se mudarmos nosso comportamento é porque temos a certeza absoluta da importância de tal atitude para a nossa vida, para a comunidade e para nossa família. O professor tem que saber o porquê da escolha da profissão. Ser professor requer: dedicação, atenção constante aos pontos formativos de nossa conduta, domínio da vontade para dar o exemplo, maturidade emocional, fundamentação pedagógica das atitudes que toma, respeito aos pontos discordantes, não esquecer as diferenças individuais, fazer do trabalho escolar uma unidade de ação e não uma uniformidade, etc.Evidentemente, não é fácil administrar uma comunidade escolar composta de professores, coordenadores, supervisores, pais, funcionários, alunos, cada um com um ponto de vista.. Por este motivo, existem nas escolas as semanas de planejamentos. Discute-se, trocam-se idéias, ponderam-se atitudes, etc. Todo planejamento deve ser flexível para que possa ser redirecionado, revisto etc.A nossa responsabilidade na formação do aluno é muito grande. Trabalhamos com crianças, adolescentes, adultos, isto requer uma compreensão clara da pessoa humana e as suas relações e interações com as outras pessoas.A postura do professor está relacionada com o seu envolvimento no processo educativo dentro e fora da escola.A escola quer formar cidadãos conscientes que sejam agentes de transformação social. Em relação, a Lei de Diretrizes e Base da educação nacional prevê que “a reflexão sobre as diversas faces das condutas humanas deve fazer parte dos objetivos maiores da escola comprometida com a formação da cidadania. Partindo dessa perspectiva e em relação ao tema ética, traz a proposta de que a escola realize um trabalho que possibilite o desenvolvimento de autonomia moral, condição para a reflexão da ética. Para isso, foram eleitos como eixos do trabalho, quatro blocos de conteúdo: respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade, valores referenciados no princípio da dignidade do ser humano, um dos fundamentos da Constituição Brasileira”. Não obstante, nem só de liberdade vive a Ética. Há outros pressupostos ou condições básicas para que professor exercite a ética docente:
*Inclinação do profissional para a necessidade da formação ampla e isenta. O professor precisa ter sempre presente que exerce uma função pública. Cabe-lhe ter sempre consciência de que qualquer exemplo, comentário, ideologia, ou análise atingirá o meio social. Omitir-se, distorcer, alterar ou mudar os fatos significarão prejudicar a sociedade.
*Culto à verdade. Não é fácil definir ou encontrar a verdade. Cada um possui a sua, e a verdade total ou integral não é o resultado das verdades individuais. Importa ao professor estar conscientemente convencido de possuir a verdade, para comunicá-la, mesmo sabendo das imensas possibilidades de erro.
.*Honestidade. Para o exercício da ética é imprescindível ser honesto consigo mesmo e com a sociedade. Acreditar no que faz e não fazer porque dá status. Utilizar a educação para a satisfação de interesses, mesmo legítimos, significa ferir a ética.
*Capacidade. Um professor incapaz não poderá ser ético. Mesmo sendo honesto e cultor da verdade, precisa possuir a inclinação para a profissão, o gosto pela leitura, razoável cabedal cultural e conhecer as linhas gerais dos principais temas em debate na sociedade.
*Julgamento próprio. No exercício da sua função o professor é um solitário quando executa sua função principal frente aos seus alunos. Tudo depende dele.
.*Abertura ao debate. Os acontecimentos não podem ser reportados numa só mão. O professor está obrigado a questionar o que vê e ouve a dar a palavra aos contrários, sem fechar a questão. Uma tomada de posição implica em eleger valores, aceitar ou questionar normas, adotar uma ou outra atitude – e essas capacidades podem ser desenvolvidas por meio da aprendizagem. O professor está cada dia mais vulnerável frente a pais e alunos; constantemente julgado, pressionado, questionado em suas mínimas atitudes. Quando em julgamento deve-se lhe assegurar o mais amplo direito ao contraditório, apurar as circunstâncias em que o incidente se deu e, acima de tudo, protegê-lo, não do erro, mas do pré-julgamento.
*Aprimoramento constante. Sempre haverá o que aprender. Se um profissional se fecha no universo de suas fontes, seus conhecimentos e seu estilo acabarão encerrando o seu ciclo produtivo. Em nome da Ética e em consideração à sociedade que deve servir, precisa estar em dinâmica constante, ávido por descobrir novas realidades e compartilhá-las com colegas, nunca como detentor da última verdade. A discussão ética no trabalho vai necessariamente tomar outros rumos. A ética profissional deve alargar seus horizontes. Ser um bom profissional ainda não significa ser uma boa pessoa. O problema do trabalho não mais se restringe às questões da categoria profissional. A questão crucial é o trabalho no seu conjunto, onde as desigualdades sociais se aprofundam dia após dia.
Paulo Freire associa o conceito de ação ao conceito de compromisso. Segundo ele, compromisso é decisão lúcida e profunda do homem em usar sua capacidade de agir e refletir para se inserir criticamente no mundo numa atitude objetiva de compreensão da realidade, de luta para transpor os limites impostos pelo mundo, e atuando sobre ele, transformá-lo. Essa inserção crítica produz efeitos no exercício profissional que contribuem para o bem estar coletivo.
Qual seria, portanto, o papel do professor e como ele estaria enfrentando essa dualidade de trabalho que constrói e aliena?
O professor, segundo Luckesi (1994), é um ser humano construtor de si mesmo e da história através da ação, é determinado pelas condições e circunstâncias que o envolvem. É condicionado e condicionador da história. Tem um papel específico na relação pedagógica, que é a relação de docência. Na práxis pedagógica, o educador é aquele que, tendo adquirido o nível de cultura necessário para o desempenho de sua atividade, dá direção ao ensino e à aprendizagem. Ele assume o papel de mediador entre a cultura elaborada acumulada e em processo de acumulação pela humanidade, e o educando. Ele exerce o papel de um dos mediadores sociais entre o universal da sociedade e o particular do educando. Para tanto, o educador deve possuir algumas qualidades, tais como: compreensão da realidade para a qual trabalha comprometimento político, competência no campo teórico de conhecimento em que atua e competência técnico-profissional. A ação docente tem sentido e significado crítico, consciente e explícito. A alienação de seu trabalho ocorre quando ele ignora a realidade à sua volta, e reduz seu trabalho a uma rotina de sala de aula, cujo objetivo restringe-se à mera transmissão de informações, postura que não condiz com seu papel de educador.Educar é segundo Freire (1979), completar, porque o homem é ser inacabado, que sabe disso e por isso se educa. O saber se faz através de uma superação constante, por isso não pode o professor se colocar na posição do ser superior que ensina um grupo de ignorantes, mas sim na posição humilde daquele que comunica um saber relativo (é preciso saber reconhecer quando os educando sabem mais e fazer com que eles também saibam com humildade
)